Clube Atlético Mineiro
A história do Clube Atlético Mineiro é a história do maior clube de futebol de Minas Gerais. Ao longo de sua trajetória, o Galo – como é aclamado por seus fãs – escreveu as páginas mais extraordinárias do futebol das alterosas. Para o povo das Minas Gerais não há nenhuma dúvida: o Galo é o clube mineiro mais representativo no Brasil.
O Nosso Time é Imortal
Os clubes refletiam a hierarquia social e só aceitavam como sócios ou jogadores os membros da alta classe. Havia pouca opção de lazer para os mais pobres. O Atlético Mineiro Futebol Clube foi o primeiro time da capital mineira a aceitar em seus quadros qualquer pessoa, independente de sua classe social. Por isso, esse clube pode ser considerado um dos poucos pontos de integração social da Belo Horizonte do início do século. Havia poucas opções de lazer em Belo Horizonte no início do século e essas opções eram dirigidas à elite. O Clube Recreativo, fundado em 1894, o Hipódromo inaugurado em 1906 e as casas de diversões eram incentivados pela Prefeitura através de isenção de impostos e doações. Por essa época, o futebol começava a se popularizar no Brasil, introduzido por Charles Miller em São Paulo.No longínquo ano de 1904, Vitor Serpa, José Gonçalves, Oscar Americano e outros, foram os precursores que plantaram a semente daquela que é, sem dúvida alguma, a maior paixão do povo mineiro. O Atlético é o mais antigo time de futebol deBelo Horizonte ainda em atividade e sua fundação está intimamente ligada com a onda de popularização do futebol na cidade, na segunda metade da primeira década do século XX. Nos primeiros anos do século passado, Belo Horizonte era uma cidade com o traçado claro: a Avenida do Contorno delimitava o espaço nobre, moderno, limpo e urbano destinado às classes altas. A área periférica abrigava as classes mais baixas e não atraía investimentos públicos. Nessa época, o futebol chegou aoBrasil como um esporte de elite.
Em 1903, chegou à cidade o estudante carioca Vitor Serpa, que aprendera a jogar futebol na Suíça. No ano seguinte, Serpa começou a divulgá-lo entre alguns amigos. Em 10 de junho de 1904, Serpa e dezenas de companheiros fundaram o Sport Club Foot-ball, primeira agremiação de futebol criada em Belo Horizonte. O Clube era formado por membros da elite da capital: estudantes, funcionários públicos e comerciantes. O campo foi construído na Rua Sapucaí e, no dia três de outubro, aconteceu a primeira partida de futebol na capital, entre dois times do próprio Clube: o de Vitor Serpa e o do presidente da associação, Oscar Americano. Venceu o time de Serpa, por 2 a 1.
O futebol começava a ser praticado apenas pela elite da capital mineira, tendência que se refletia em todo o país. Em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, os primeiros clubes (Associação Atlética Mackenzie College, Fluminense Football Club, Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, respectivamente) eram times de elite, que só tinham jogadores e membros da diretoria que fossem universitários, profissionais liberais ou comerciantes. Pessoas de menor condição financeira não entravam.
Ainda em 1904 eram fundados em Belo Horizonte dois clubes: o Plínio Futebol Club e o Clube Atlético Mineiro, que não deve ser confundido com o atual. Esses clubes eram formados basicamente por estudantes. Criou-se, então, uma liga de futebol entre os três clubes e começaram a disputar um campeonato. O Sport Clube se inscreveu com dois times: o Vespúcio e o Colombo. O Atlético também se inscreveu com dois times: o Atlético e o Mineiro. O Plínio entrou no campeonato com apenas um time. O futebol começava a se destacar entre os membros da elite belorizontina: o campeonato vinha sendo noticiado com certo destaque pelo Jornal Minas Gerais, que inclusive publicou na edição de 6 de novembro de 1904 uma tabela da posição dos clubes nesse primeiro campeonato da cidade.
Infelizmente, o campeonato não foi concluído. As chuvas do mês de novembro estragaram os campos e os jogadores, em sua maioria estudantes, entraram em férias escolares e retornaram para suas cidades de origem, já que boa parte deles vinha para Belo Horizonte apenas para estudar. Vitor Serpa retornou ao Rio de Janeiro, aonde veio a falecer em 1905. A primeira experiência do futebol em Belo Horizonte foi intensa, porém fugaz. Em princípios de 1905, a cidade tinha sete associações de futebol: o Sport Club, o Estrada Futebol Clube, o Atlético Mineiro Futebol Club (novo nome do Clube Atlético Mineiro, não devendo ser confundido com o atual) o Brasil Futebol Clube e o Viserpa Futebol Clube (nome homenageando Vitor Serpa). Apesar de tantos clubes, os jogos foram rareando e o interesse foi diminuindo. Todos esses clubes tiveram vida curtíssima, com exceção do Sport, que sobreviveu até 1909. Os fãs do futebol foram ficando descontentes com a situação. O máximo que se organizava agora eram "peladas" esporádicas. Nos encontros no Parque Municipal, os estudantes se reuniam para os passeios de domingo ou para as corridas de bicicletas, também realizadas nos fins de semana. O futebol ficou, durante algum tempo, relegado a segundo plano.
Em março de 1908, um grupo de estudantes se reunia como de costume, no Parque Municipal. Liderados por Margival Mendes Leal e Mário Toledo, estavam decididos a fundar um novo clube de futebol em Belo Horizonte. Em 25 de março, os rapazes mataram aula e, numa quarta-feira ensolarada, nascia o Atlético Mineiro Futebol Clube, "para sufocar todos os outros". Seguiram-se outras reuniões, realizadas sempre no Parque, nessa época frequentado apenas pela elite da capital. O Atlético nasceu como sendo um time de estudantes, ou seja, da elite belo-horizontina. O que diferenciava o Atlético dos outros clubes é o fato de que, desde os primeiros tempos, seus quadros estavam abertos a qualquer pessoa. Pouco a pouco, o Atlético se firmava como o time do povo. E, em suas primeiras partidas, o time já acumulava vitórias. Em 1909, derrotou o Sport Club três vezes consecutivas, o que determinou a dissolução do time fundado por Vitor Serpa.
Na década de 10, Belo Horizonte tinha uma população crescendo ininterruptamente. E, graças à fundação do Atlético, o futebol na cidade ganhou um novo ímpeto. Nos três jogos disputados contra o Sport, em 1909, o público presente no campo (local onde hoje fica a Secretaria de Agricultura) foi de cerca de 3 mil pessoas, quando a capital tinha cerca de 30 mil habitantes. Nessa nova "onda" futebolística, viriam a surgir outros dois importantes clubes: o Yale Atlético Clube, em 1910, e o América Futebol Clube, em 1912. O futebol se enraizava definitivamente na capital. O começo, no entanto, foi difícil. A primeira diretoria do Atlético era composta pelos próprios atletas: ao mesmo tempo em que cuidavam da parte administrativa, tinham que treinar e jogar no time. Para se ter uma ideia da precariedade do clube, o Atlético ganhou da Prefeitura um terreno para construir seu campo e sede na rua Guajajaras, entre São Paulo e Curitiba. O campo não tinha mais que uns 30 metros de largura por uns 75 metros de comprimento, bem abaixo das medidas oficiais. Não havia marcas laterais e a bola saía de jogo quando rolava pelo barranco abaixo. As traves eram dois paus colocados verticalmente e o travessão era uma corda esticada. Já nos primeiros dias, roubaram as traves.
Posteriormente, o Atlético passou a ocupar o campo que foi do Sport Club, ao lado da estação ferroviária. Enfrentando tantas dificuldades numa cidade tão carente de recursos (a diretoria do Atlético teve que procurar muito para comprar uma bola, e assim mesmo teve que se contentar com uma usada, pois nenhuma outra foi encontrada em todo o comércio), o futebol começava a tomar gosto não só da elite, mas do povo em geral. Os jogos atraíam um crescente interesse e o Atlético já contava com uma grande torcida por motivos óbvios: dos três times da capital, o Atlético era o único clube que não impunha restrições à entrada de jogadores ou sócios. O Yale, clube da colônia italiana cuja dissidência daria origem em 1921 ao Palestra Itália (atual Cruzeiro Esporte Clube, que teve vários nomes até chegar ao presente), não via com bons olhos a inclusão de não italianos ou descendentes em seus quadros. E o América Mineiro só aceitava estudantes ou pessoas de posse, sendo um clube altamente elitista.
Em 1914, já com o nome atual de Clube Atlético Mineiro, o time se inscreveu no primeiro torneio de futebol oficial realizado em Belo Horizonte: a Taça Bueno Brandão. Invicto, conquistou o título. No ano seguinte, seria disputado o primeiro Campeonato Mineiro e o Atlético novamente venceu. Nesses primeiros anos, o Atlético começaria a se impor como o clube mais popular da capital mineira. É interessante constatar que, apesar de o América ter sido campeão mineiro por dez vezes consecutivas (de 1916 a 1925), o Atlético era o time que mais crescia em Belo Horizonte, sendo inclusive convidado para jogar em outras cidades, o que era bastante raro na época. A discriminação existente nos outros clubes iria perdurar nos anos vinte e trinta. Só em 1927 o Palestra Itália permitiria o ingresso de não italianos em seus quadros como sócios ou como jogadores, mas ainda assim os não "oriundi" eram quase sempre barrados no time de futebol, dando-se preferência aos "italliani". Nos anos 30, o América ainda restringia o acesso de jogadores pobres durante os testes aos quais eram submetidos os atletas. Nos anos 20 e 30, o Atlético consolidou sua posição de maior clube de Minas Gerais e o mais popular. O Atlético ofereceu à população mais pobre de Belo Horizonte uma oportunidade de inserção no lazer da capital. Era um caminho sem volta. Isso porque o futebol passou a fazer parte do gosto popular e o povo já se identificava com ele.
As massas suburbanas segregadas pelo Poder Público se identificaram com a agremiação que as escolhia sem fazer distinções: o Clube Atlético Mineiro. A razão de ser dos clubes mineiros bem como a própria prática do futebol no estado deve-se ao surgimento do Atlético, que é, sem injustiça nenhuma, o maior representante mineiro para o Brasil e o resto do mundo.
Somos o Orgulho do Esporte Nacional
1937: primeiro campeão brasileiro
A Copa dos Campeões Estaduais, foi organizado pela Federação Brasileira de Futebol (FBF), precursora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), disputado no começo do ano de 1937, reunia os vencedores dos campeonatos de Minas Gerais (Atlético), São Paulo (Portuguesa de Desportos), Distrito Federal (Rio de Janeiro) (Fluminense FC) e Espírito Santo (Rio Branco Atlético Clube).
Foi a primeira competição interestadual profissional realizada no Brasil. As equipes se enfrentaram em jogos de turno e returno. Quem somasse mais pontos, levaria a taça. Depois de uma estreia decepcionante, sendo goleado pelo Fluminense por 6 a 0, no Estádio das Laranjeiras, o Atlético ainda empatou por 1 a 1 com o Rio Branco, em Vitória, até engrenar e atropelar os adversários.
Nas três rodadas seguintes, o Galo, jogando no extinto Estádio Antônio Carlos, em Lourdes, aplicou três goleadas: 5 a 0 na Portuguesa, 4 a 1 no Fluminense e 5 a 1 no Rio Branco. Ao superar o time capixaba, o Alvinegro assegurou antecipadamente o título. A campanha vitoriosa terminou com triunfo por 3 a 2 sobre a Portuguesa, no Estádio do Canindé, em São Paulo, no dia 14 de fevereiro de 1937.
O time da conquista contava com o goleiro Kafunga e o atacante Guará, ícones da história alvinegra, sob o comando de Floriano Peixoto, o “Marechal das Vitórias”. O artilheiro do Atlético e da competição foi Paulista, com oito gols.
Lutar,Lutar,Lutar pelos gramados do Mundo pra vencer...
1950: Europa
Na fria Europa do pós-guerra, os atleticanos encontraram os estádios lotados para assistir seus jogos, pois havia por parte dos europeus muita curiosidade em torno dos brasileiros, que, segundo notícias recentes, praticavam um futebol revolucionário. E em campo o Galo confirmou as expectativas.
Na Alemanha, o Atlético faria três jogos valendo pelo Torneio de Inverno: contra TSV 1860 München, Hamburger SV e Werder Bremen. Todos os jogos seriam na casa dos adversários.[12] O primeiro jogo foi contra o TSV 1860 München, uma das agremiações esportivas mais antigas do mundo. Foi fundado em 25 de abril de 1860, e tem por rival o Bayern, clube contra o qual faz o clássico de Munique, na Baviera . O clube bávaro havia sido campeão da Copa da Alemanha em 1942. O Galo o derrotou por 4 a 3.
Logo em seguida enfrentou o Hamburger SV, um clube poderoso durante o Terceiro Reich, de um grande sucesso regional. Na Gauliga Nordmark, conseguiu cinco títulos entre 1937 a 1945. Após a guerra, a equipe jogou a Stadtliga Hamburg onde foi campeão em 1946, tendo sido também campeão do campeonato da Zona de Ocupação Britânica em 1947 e 1948, onde apenas estas duas temporadas foram jogadas. Jogando a Oberliga Nord em 16 temporadas, de 1947 até 1963, o Hamburger SV ganhou 15 títulos. O Atlético massacrou o colossal time alemão: 4 a 0, o jogo foi no Bahrenfelder Stadion, campo que depois de uma série de reformas seria palco da Copa do Mundo FIFA de 1974.
No terceiro e último jogo da série, o Galo enfrentou o Werder Bremen. Durante o domínio de Hitler, o time de Bremen prosperou. Com o fim desta era, o clube esteve próximo da extinção, já que o novo governo alemão proibiu a reestruturação de agremiações que tivessem funcionado durante o período nazista. Mas isso não durou muito e em dezembro de 1945 se recuperou. Em 1950, se tratava de uma equipe fortíssima, e derrotou o Galo por 3 a 1.
No final da série de jogos, o Atlético recebeu das mãos do presidente da Federação Alemã de Futebol, Peco Bauwens, o troféu de “campeão do inverno europeu” na presença do embaixador doBrasil na Alemanha.
Nós somos Campeões do gelo
Depois do inicio vitorioso, o Galo partiu para Gelsenkirchen, onde enfrentaria a um poderoso rival por aquele tempo: o Schalke 04. O clube possui grandes semelhanças com o Galo: tem a fama de possuir uma grande e fiel torcida. Um dos motivos da popularidade do Schalke 04, é que no passado muitos de seus jogadores eram também mineiros, numa cidade em que esta atividade econômica foi muito importante no seu desenvolvimento.
Desde sua fundação, o clube, conquistou sete campeonatos alemães. Seis destes títulos foram conquistados durante os doze anos do regime nazista na Alemanha. O Atlético não tomou conhecimento do clube alemão: 3 a 1 para os mineiros do Brasil. Depois da Alemanha, o Galo partiu para Viena (Áustria), onde jogou com o SK Rapid Wien. O clube austríaco é o maior campeão da Austrian Bundesliga (o campeonato nacional), e um ano depois de enfrentar o Galo, venceria o bicampeonato da precursora da UEFA Champions League: a Copa Mitropa. Lá, o Galo sofreria sua segunda e última derrota na turnê: 3 a 0. O clube austríaco seria a base da Seleção da Áustria na Copa do Mundo FIFA de 1954, sediada na Suíça, na qual terminou na terceira colocação.
A próxima parada seria para jogar contra o 1. FC Saarbrücken. Atualmente o clube joga a 3. Fußball-Liga (terceira divisão alemã), mas no passado o 1. FC Saarbrücken seria o primeiro time alemão a afrontar o Milan na Itália. Foi na primeira UEFA Champions League em 1955. Como representante do Sarre, derrotou os italianos por 4 a 3, jogando no Estádio Giuseppe Meazza, o San Siro. Mas outras considerações históricas devem ser feitas.
Por motivos de disputa entre a França e a Alemanha pela região do Sarre, foi criado um campeonato, a Saarland Ehrenliga. O 1. FC Saarbrücken não quis disputar, preferindo se transferir para a segunda divisão francesa. Venceu facilmente a divisão, mas não pôde disputar o campeonato. Por conta desse fato, durante a temporada 1949-1950, organizou a Internationaler Saarlandpokal (Copa Internacional do Sarre). O clube jogou várias partidas contra equipes provenientes da Áustria, Chile, Dinamarca, França, Suécia, Suiça e Iugoslávia.
O Galo venceu o 1. FC Saarbrücken por 2 a 0, e esse jogo gera dúvidas nos historiadores se foi válido pela Copa Internacional do Sarre, ao que tudo indica sim.
O Atlético jogaria também em Bruxelas na Bélgica. Lá derrotou o RSC Anderlecht, maior clube do país, e que por aquele tempo havia conseguido um tetra nacional. O Galo venceu por 2 a 1, jogando no Stade Emile Versé (atual Constant Vanden Stock Stadium). O RSC Anderlecht possuía a base da Seleção Belga de Futebol que disputaria a Copa do Mundo FIFA de 1954, e contava com o atacante Joseph Mermans (Le Bombardier), um dos maiores atacantes da história daquele país.
Depois foi a Braunschweig, jogar com o Eintracht Braunschweig, uma das equipes mais amadas da Alemanha setentrional. Sob o regime do Terceiro Reich, atuou na Gauliga, um reagrupamento regional, fazendo uma aparição na fase final. Depois da guerra, continuou a jogar a máxima série. Brasileiros e alemães empataram em 3 a 3.
Depois de atuar na Alemanha, Áustria e Bélgica, o Galo foi ao Grão-Ducado do Luxemburgo, pequeno pais de muita importância histórica e estratégica, que remonta a sua fundação como uma fortaleza romana no início da Idade Média. O Galo ficou no empate com a Seleção Luxemburguesa de Futebol (conhecidos na época como De Roude Léiw – Leões Vermelhos): 3 a 3.
A última parada foi em Paris, França, lá derrotou o Stade français por 2 a 1. O Stade français teve seu apogeu durante o período do pós-guerra quando disputou a semifinal da Copa da Françaem 1949. Por esse tempo, o clube parisiense estava fundido com o Red Star (clube que havia sido campeão da Copa da França por cinco vezes).[16] Atualmente o Stade Français joga profissionalmente apenas o Campeonato Francês de Rugby (o Top 14), onde é um dos times mais importantes.
Honramos o nome de Minas no Cenário esportivo Mundial
1929: primeiro jogo internacional
Em setembro de 1929, o futebol mineiro viveria um momento histórico: pela primeira vez um time de Minas Gerais enfrentaria uma equipe do exterior. Foi o Vitória Futebol Clube de Portugal.
A década de 20 foi talvez a mais áurea da equipe portuguesa. O clube havia sido campeão do campeonato de Lisboa nas temporadas de 1923-24 e 1926-27, quando destronou os poderosos SL Benfica e o Sporting Lisboa. Na temporada de 1926-27, o clube ainda seria vice da Taça de Portugal. Quando foi criado o Campeonato de Setúbal (liga divergente) o clube foi campeão em 1927-28 e 1928-29.
No Brasil o Vitória de Setúbal enfrentou a Corinthians e Palmeiras (na época se chamava Palestra Itália), campeão e vice do Campeonato Paulista, os jogos terminaram empatados. Contra o Galo, o Vitória de Setúbal não teve a mesma sorte, caiu por 3 a 1. O jogo foi no lendário estádio do clube, o Estádio Antônio Carlos.
[editar]1930 a 1950: contra argentinos, uruguaios e paraguaios
O Galo, o mais histórico clube de Minas Gerais, continuou na década de 30, outros jogos pioneiros de caráter internacional. Desta vez seria o primeiro clube mineiro a enfrentar times daArgentina e do Uruguai, países que rivalizam com o Brasil no futebol.
O primeiro jogo contra um time sul-americano foi em 1931 contra a Institución Atlética Sud América de Montevidéu. O clube uruguaio foi um dos fundadores do profissionalismo no Uruguai, que resultou no primeiro campeonato no país em 1932. O Galo venceu o jogo por 3 a 2.
Em 1940 mais um fato pioneiro: primeiro time mineiro a enfrentar um rival argentino. Foi contra o Club Atlético Independiente, um dos Cinco grandes do futebol argentino. O Galo derrotou os argentinos por 2 a 1. O clube de Avellaneda havia sido campeão argentino em 1939. No campeonato de 1940, foi vice, com o mesmo time que o Galo derrotou. O destaque daquele ano foram as goleadas contra seus rivais: 8x1 Estudiantes de La Plata; 5x0 Vélez Sársfield; 7x1 Boca Juniors e 7x0 Racing Club, a maior goleada do Superclásico de Avellaneda.
Em 1941 o Galo perderia com um combinado que representava a Seleção Argentina de Futebol por 2 a 1. Seis anos depois derrotaria o Club Libertad por 2 a 0, o time paraguaio era o campeão vigente do Campeonato Paraguaio de Futebol.
Depois da vitória sobre o Club Libertad, o Galo amargaria um sequência de derrotas contra times sul-americanos: 3x4 Club Atlético Rosario Central, que por aquele tempo era o maior vencedor do Campeonato de Futebol de Rosário; 0x1 Club Atlético Chacarita Juniors; 0x2 Club Nacional de Football, time que era o tricampeão uruguaio e campeão da internacional Copa Aldao; e duas derrotas com o Racing Club, 2x1 e 3x2, o time era o campeão nacional em seu país.
1960 a 1970: contra soviéticos e sul-americanos
Em novembro de 1959, o Atlético seria o primeiro clube mineiro a receber um adversário europeu. E era simplesmente o maior campeão da União Soviética: o poderoso FC Spartak Moscovo. No time que enfrentou o Galo, havia dez jogadores que haviam servido à Seleção Soviética que se sagrou campeã olímpica em 1956, em Melbourne. O Galo enfrentou o rival com igualdade, mas foi derrotado por 2 a 1.
Sete anos depois, o Atlético enfrentaria a outro rival do leste europeu, mas desta vez as proporções do adversário eram bem maiores, pois se tratava da Seleção Soviética de Futebol, o time representativo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em circunstâncias internacionais.
Na década de 60, devido às divergências políticas existentes entre os países chaves da FIFA e a União Soviética, os soviéticos foram muitas vezes prejudicados pela arbitragem em jogos contra seleções ocidentais. Os constantes erros de arbitragem atrapalharam profundamente os planos dos soviéticos, que mesmo com a adversidade, foram campeões da Eurocopa 1960 e vice naEurocopa 1964.
Contra um rival muito superior, o Galo caiu por 6 a 1. Foi a maior derrota sofrida em casa em duelos internacionais. Ainda em 1966, o Galo enfrentaria o Club Cerro Porteño, clube que vivia uma época dourada no cenário internacional e também era o campeão vigente do Campeonato Paraguaio de Futebol, o jogo terminou empatado em 1 a 1.
Em 1966 foi realizado em Belo Horizonte o Torneio Triangular Internacional, que teve a participação do Santos FC de Pelé e da Seleção Uruguaia de Futebol de Pedro Rocha. Dos paulistas o Galo ganhou por 3 a 0. O jogo contra a Celeste foi mais difícil, mas no final o Galo se impôs e derrotou os uruguaios por 3 a 2 e ficou com o troféu.
O Uruguai não se conformou com a derrota, pois afinal possuía um grande time (o mesmo que seria campeão da Copa América de 1967 e semifinalista da Copa do Mundo FIFA de 1970). Então, foi marcada uma revanche, seria no mítico Estádio Centenário, palco das maiores conquistas da Celeste (como o Mundial de 1930) e dos clubes uruguaios. Num estádio lotado, os uruguaios fizeram 5 a 1 contra os atleticanos. Três dias depois o Atlético venceu o mesmo time por 1 a 0, no mesmo estádio.
Ainda em 1966, o Atlético receberia a um “dos quatro grandes de Portugal”: o Clube de Futebol Os Belenenses. Fez 3 a 1 nos portugueses. Em 1967, ficou no empate em 1 a 1 com o Club Nacional de Football, vice-campeão da Copa Libertadores da América de 1966. Depois, faria 3 a 2 no Napoli, vice-campeão italiano na Serie A 1967-68, ficando atrás do campeão AC Milan.
Em 1968, já formando a base do time que seria campeão brasileiro em 1971, o Atlético derrotou a seleção nacional da antiga Jugoslávia por 3 a 2. O detalhe é que o Atlético usou a camisa daSeleção Brasileira, pois estava representando o Brasil mediante um convite oficial. A Seleção Iugoslava de Futebol era a vice-campeã da Eurocopa 1968, perdeu para a Itália na final.
Em 1969, o Galo ficou só no empate em 2 a 2 com a Seleção Húngara de Futebol, que havia derrotado a Seleção Brasileira na Copa do Mundo FIFA de 1966. Depois, disputou um amistoso contra a poderosa Seleção Soviética de Futebol, que estaria presente na Copa do Mundo FIFA de 1970. O Galo devolveu a derrota de três anos antes, vencendo os soviéticos por 2 a 1.
Em 1969, Belo Horizonte foi sede do Torneio dos Gigantes, onde recebeu a presença de grandes clubes argentinos: Racing Club (campeão da Copa Libertadores e Copa Intercontinental em 1967), Club Atlético Vélez Sársfield (campeão argentino em 1968) e San Lorenzo de Almagro (que vivia a época dourada de sua história, campeão metropolitano em 1968).
No primeiro jogo, o Galo praticamente detonou o Racing Club, vencendo por 3 a 1, e devolvendo as duas derrotas que sofreu em 1941. Depois mais duas vitórias: 2 a 1 no Vélez Sársfield e 2 a 1 no San Lorenzo de Almagro. O Galo foi o campeão invicto. Nassceu grande e continuo ao longo de sua historia como 1 dos maiores do pais com sua torcida desde de a fundação do clube vibrante e fiel com uma das historias mais linda do futebol do Brasil viva o Galo .